Participe

Qualquer história que possua o marcador Aberta pode ser escrita por qualquer visitante. Basta continuar o conto de forma coerente nos comentários ou enviando o texto por e-mail para

rpgsproject@yahoo.com.br

Boa leitura!

Noite Sangrenta #18 – Fugindo do Passado – 786 d.Q., Tycon



O terror rapidamente se espalha pelo rosto de Lyrot, um terror não pelo momento presente, ou pelo futuro que o aguardava, mas sim pelo passado que o marcava e perseguia. Nem mesmo a morte o salvava de seu tormento. Pois sua mulher morta agora estava de pé ao seu lado.

Enquanto o guardião olhava atônito o seu antigo amor de pé como um morto-vivo, seu sangue gelava. Arrepios percorriam sua espinha como se estivesse entrando num lago gelado. E isso não seria apenas uma metáfora por muito tempo.

O tempo voltou ao seu fluxo normal antes que Lyrot voltasse a si. E o cheiro de sangue ao seu redor não demorou a atrair todos os zumbis de volta a ele. Em poucos instantes, Clara era apenas mais um rosto em meio à multidão tentando agarrá-lo.

O mausoléu estava ali, há apenas alguns passos, mas ao mesmo tempo tão inalcançável. Pancadas e mordidas o faziam rebaixar-se, o que nunca é bom quando se está cercado. O sangue caía respingava na água escura do pântano. Lyrot estava perdido na escuridão. Ele queria estar perdido.

Nesse instante um sentimento de raiva intensa despertou em seu interior. O guardião lembrou-se do que o motivara todos esses anos, o que o trazia até ali, naquele lugar macabro. Kate, sua irmã. E nada o faria parar enquanto não conseguisse resgatá-la.

Os monstros que haviam tormentado a floresta, destruído o lugar de suas mais doces lembranças, aqueles que haviam despertado do sono eterno todas aquelas pessoas, e também sua amada Clara, as criaturas que mantinham Kate em suas mãos, os vermes que tanto o faziam o sofrer pagariam com seu próprio sofrimento.

Lyrot sentiu sua perna sendo agarrada. Com um puxão violento, caiu nos degraus de pedra do Mausoléu, abrindo um talho em sua cabeça. Sangue escorria como um rio do guerreiro. Rolando, encontrou as gélidas águas lamacentas do local maldito. No meio de todos aqueles zumbis, caído e ferido, a morte parecia inevitável.

E então Lyrot afundou, corpo e alma, na escuridão do pântano.

E, pela primeira vez em toda a sua vida, o guardião abraçou seu maior inimigo. Lyrot aceitara a Fera.

3 comentários:

  1. Bom dia.
    Gostaria de parabenizá-lo pelos contos! São ótimos!
    Sua escrita é maravilhosa e consegue prende a atenção... de uma forma simplesmente... encantadora!
    Possuo um blog também, no qual publico uma crônica ainda sem nome de Lobisomem - O Apocalipse, ambientada no Velho Oeste, narrada por mim...
    http://www.trovadoradalua.blogspot.com
    Tornei-me tua seguidora.
    Um abraço.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado pelo incentivo meninas!
    As duas estão de parabéns pelos seus blogs também!

    ResponderExcluir