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Boa leitura!

Noite Sangrenta #16 – Terra dos Mortos – 786 d.Q., Tycon

Lyrot perguntava-se há quanto tempo tudo isso tinha começado. Todos aqueles corpos não poderiam ter aparecido da noite pro dia. Os cultistas provavelmente estavam agindo há meses. Meses de caças e sacrifícios aos demônios que cultuavam.

A raiva que o guardião nutria pelos seus adversários parecia crescer de forma descontrolada. A cada minuto que se passava, a vontade de transformar os corpos dos malditos em uma massa disforme de carne parecia mais forte. E isso não demoraria muito, pois o Mausoléu já estava há apenas alguns metros dali.

Com os punhos cerrados, Lyrot dirigiu-se à cripta com uma intenção de matar que praticamente saía pelos seus poros. A velha construção toda feita de pedra parecia ainda mais sombria no meio do pântano. Rachaduras e hera nas paredes denunciavam a idade do Mausoléu.

Mas para o guardião, não haveria mais nada que o impedisse de vingar todas aquelas mortes. Não se tratava mais apenas de Kate ou da missão. Agora aquilo tinha se tornado algo pessoal.

A única maneira que Lyrot encontrava para perdoar-se dos crimes que cometia era fazer com que todos os outros que os fizessem também fossem punidos. Assim ele mesmo poderia sentir que estava “equilibrando” as coisas. E o que estava acontecendo ali era digno de um monstro. O guardião não poderia deixar tamanho massacre passar impune. Seria como concordar com um ato tão maligno e, assim, tornar-se um monstro ele próprio.

De repente algo agarrou a perna do guardião. Lyrot parou com um susto, não por ter sido aprisionado tão repentinamente, mas sim por causa da natureza do que o agarrara. Pois o que o segurava era uma mão humana.

Olhando ao redor, com os olhos agitados, Lyrot pode ver que todos os corpos que antes estavam ali parados agora se moviam, lentamente levantando-se. A cena pareceu mais horrível do que já era antes. Nem mesmo os mortos eram deixados em paz.

Foi só então que o guerreito percebeu as reais proporções do problema. Havia mais mortos-vivos ao seu redor do que ele seria capaz de lidar, e a cada instante que ficava parado, o círculo se fechava à sua volta. Lyrot chutou o corpo que o segurava e tentou correr para o Mausoléu o mais rápido que conseguiu, mas a quantidade de corpos que se levantavam era assustadora. Desde simples camponeses até soldados de armadura, os mortos erguiam-se implacavelmente.

A mão do guardião foi em direção à sua espada, mas não encontrou nada. Aterrorizado, Lyrot lembrou-se que a havia deixado na mansão. Nenhum daqueles mortos-vivos parecia capaz de segurar nenhum objeto, então seria impossível conseguir uma arma deles.

Teria que abrir seu caminho desarmado.