Participe

Qualquer história que possua o marcador Aberta pode ser escrita por qualquer visitante. Basta continuar o conto de forma coerente nos comentários ou enviando o texto por e-mail para

rpgsproject@yahoo.com.br

Boa leitura!

A Queda dos Deuses Antigos #6 – Pedido – Ano da Queda, Yyrm


-Deixe-me ver se entendi bem, – a elfa parecia não acreditar muito naquela história – você, um Deus, está pedindo ajuda a nós, um trio que acabou de se conhecer, para que encontremos um meio de impedir que esses Novos Deuses tomem o poder?

Loregan não compreendia o que tanto intrigava a jovem. O Cavaleiro Radiante estava lhes pedindo auxílio e não deveriam recusar.

-Venathia, qual o problema com isso? É o mínimo que podemos fazer pelos nossos Deuses depois de tudo que nos deram!

O fervor do guerreiro pareceu mexer com Venathia. A idéia de que pudesse fazer algo importante pelos deuses que venerava era revigorante. Sir Kelmer, com sua voz calma interrompeu os pensamentos da garota.

-Partirei agora em busca de mais pessoas dispostas a ajudar. Que sua viagem seja cheia de glória.

Fazendo seu brilhante cavalo andar, quase sem tocar o solo, Sir Kelmer segue em direção à estrada, parando em frente à Loregan. Olhando por um instante para o guerreiro, o Deus da cavalaria declara, antes de retomar a marcha:

-Sua alma é cheia de coragem, jovem meio-elfo, e isso lhe trará um grande futuro. Saiba que um pedaço de mim sempre seguirá com você.

Após alguns instantes observando o cavaleiro afastar-se em direção à cidade, Loregan e Venathia olham um para o outro, com as mesmas perguntas passando pelas mentes dos dois aventureiros.

Aquela estranha conversa matinal parecia algo bastante irreal. Os dois se perguntavam silenciosamente se haveria realmente algo que pudessem fazer por Sir Kelmer e todos os outros Deuses.

De repente Loregan se levanta, lembrando-se de algo que, já há algum tempo, não pronunciava palavra alguma nem estava onde deveria estar. O jovem ladrãozinho que haviam capturado.

Noite Sangrenta #22 – Nova Caça – 786 d.Q., Tycon

A porta dupla do salão se abriu com um estrondo. Lyrot entrou pisando forte, a cabeça cheia de hipóteses e teorias. A imagem do terrível demônio ainda preenchia sua mente, terrível e ameaçador. O livro estava guardado em sua casa para que fosse analisado depois, mas era como se estivesse aberto na sua frente, mostrando todas aquelas imagens cheias de sangue e dor.

O guardião percorreu toda a extensão do salão até se aproximar do trono do Conde. Sem maiores cerimônias, Lyrot soltou a cabeça de Bismor Morte-Negra aos pés do seu senhor.

-A missão foi terminada – Disse o guardião, sem tirar os olhos do Conde – Bismor liderava um grupo de cultistas que causavam as perturbações de que o senhor falou. Todos foram eliminados e em breve tudo voltará ao normal.

Sem se incomodar com o crânio manchando seu tapete, o Conde de Tycon fala com um tom de orgulho:

-É por isso que você é um dos meus favoritos, Lyrot. Quando te peço para fazer alguma coisa você faz. Seu poder me surpreende cada dia mais.

-Então por que não me ajuda a encontrar minha irmã como prometeu? A cada dia que passa tudo o que eu recebo são mais e mais mortes para carregar em minhas costas enquanto Kate continua perdida.

-Não diga isso, Lyrot. Você sabe tanto quanto eu que eu tenho tentado o máximo possível, mas meus esforços parecem não ser o suficiente...

O guardião sabia o quanto aquilo era mentira. Cada palavra do nobre ameaçava a tênue barreira que segurava a raiva de Lyrot.

-Talvez nós estejamos errados – Foi a frase menos ofensiva que conseguiu dizer. Para ele não faria mais diferença o que o Conde pensava. O desejo de Lyrot era nunca mais ver aquele homem em sua frente. Havia decidido que se quisesse encontrar Kate, teria que fazer isso com suas próprias mãos – Vou me retirar agora.

Sem esperar uma resposta do Conde, Lyrot virou-se e saiu a passos largos do salão. Agora, ele voltaria para casa. E, sem o Conde em seu caminho, ele só tinha que se concentrar em encontrar sua irmã. E a única pista que tinha no momento era o livro.

Ele não tinha aliados em quem confiar, não tinha senhores a quem servir, nem tropas a comandar. Tudo o que estava ao seu alcance era sua força de vontade e seu poder. E seria o suficiente para causar um bom estrago.

A caça começava agora.