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Boa leitura!

Noite Sangrenta #17 – A Face da Morte – 786 d.Q., Tycon

Após alguns minutos de luta, Lyrot tinha a impressão de que cada morto-vivo que caía, dois surgiam no lugar. A cada instante que passava, ficava mais difícil movimentar-se e manter-se de pé parecia cada vez mais uma tarefa digna de heróis. Mãos sujas e escurecidas pela morte debatiam-se na direção do guardião, enquanto um número crescente de corpos levantava-se das águas escuras do pântano. Nesse ritmo, apenas socos e chutes não bastariam.

Arfando de cansaço e sangrando devido aos arranhões e mordidas dos zumbis, o guerreiro percebeu que deveria sair dali antes que fosse tarde demais. Até então, a maldição do lobisomem o havia ajudado ampliando sua força e agilidade, mas isso não seria suficiente por muito mais tempo. Agora já não seria possível simplesmente correr em direção ao Mausoléu, que se encontrava a apenas uns cem metros dali. Ao menos não na velocidade normal.

Com um movimento rápido, Lyrot retira um pequeno frasco de um dos bolsos da capa. Aquele pequeno item que ele tinha conseguido com tanto custo em uma de suas missões salvaria sua vida agora. O que pareciam ser pequenos grãos de areia rodopiava dentro do recipiente como se possuíssem vida própria. Uma fraca luminosidade emanava do vidro, pulsando num ritmo lento e melancólico.

Com os mortos-vivos já amontoados ao seu redor, Lyrot esmaga o frasco com as mãos, liberando seu conteúdo no ar. No mesmo instante, um clarão iluminou toda a região, cegando temporariamente o guerreiro. Mas conforme a visão voltava ao normal, percebia-se que o resultado esperado tinha sido alcançado.

Tudo ali parecia ter parado subitamente. As mãos dos zumbis pendiam em direção ao guardião sem movimento. Todo o ambiente vibrava em tons de amarelo e bege, deixando difícil definir os limites dos objetos. O tempo havia parado para Lyrot.

O guardião sabia que não teria muito tempo para sair dali. O efeito do frasco acabaria em poucos segundos. Empurrando os mortos-vivos com força e abrindo caminho o mais rápido que conseguia, aos poucos Lyrot avançava em direção ao Mausoléu de Birk, por onde o número de zumbis ia reduzindo. Aos poucos a movimentação ficava mais fácil e já era possível andar sem ter que empurrar muitos corpos.

Lyrot agora percebia que aos poucos o ambiente voltava às antigas cores mórbidas e sombrias características do pântano. Olhando ao redor, o guardião percebeu que os mortos-vivos retomam seus movimentos lentamente, como um filme em câmera lenta. Não restava muito tempo.

Com uma última investida em direção ao Mausoléu, Lyrot chegou à base dos degraus que levavam à antiga porta da cripta. Mas algo fez com que parasse subitamente. Algo que habitava seus pesadelos mais sombrios e fazia com que perdesse noites inteiras.

-Clara... – sussurrou o guardião espantado.

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