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Boa leitura!

Randomly-Picked Group #1 – O Começo – 715 d.Q., Gumnera

-Essa ser meu última oferta! – Gritou o anão de cima da mesa.

Essas foram suas últimas palavras antes que fosse chutado para fora da taverna Touro Castrado. Com a cara enterrada na gélida neve do Norte, o guerreiro balançava as pernas em uma tentativa inútil de levantar-se.

-Algum problema amiguinho? – Uma voz mansa perguntou ao pequeno “chutado”.

-Chamar eu ’miguin denovo e eu colocar seu cara em meu machado! – Respondeu o anão com uma voz não tão mansa, enquanto colocava-se de pé.

- Calma, calma! – Disse o elfo levantando as mãos - Eu ouvi sua proposta lá dentro e me pareceu um tanto interessante essa sua busca pelo Diamante das Eras. Gostaria de unir-me a você em tal busca.

-Bom. Garota poder lavar costa de Baruk – Declarou o anão pegando seu machado no chão.

-Eu não sou uma garota! Sou um elfO. E não vou lavar as costas de ninguém. Meus conhecimentos arcanos não serão desperdiçados com tarefas tão inferiores.

-‘Tão a mocinha ser feiticero? Meu tribo ter feiticero também. Fazer chover quando solo ficar quente e fazer lobos correr. Eu gostar feiticero.

-É. Tanto faz.

Baruk começa a andar pela estrada que seguia para o maior acampamento mercenário de Gumnera, aonde pretendia contratar o restante do grupo. Onde “contratar” não necessariamente vinha junto com “de forma assalariada”.

Noite Sangrenta #10 – O Lado Sangrento da Lua – 786 d.Q., Tycon


A chuva caía lentamente. Mais uma vez naquela noite, o cheiro de sangue misturado com água e terra enchia as narinas de Lyrot. Só que dessa vez, o guardião não sabia o que tinha acontecido. Na verdade ele tinha uma idéia. Afinal, toda vez que ele transformava-se, o mesmo filme de terror se repetia incansavelmente. Lyrot não sentia dor. Apesar de lembrar-se de ter sido ferido na mansão, não havia nenhum arranhão em seu corpo.

Mesmo estando na forma humana, seus sentidos eram muito mais aguçados do que o de uma pessoa comum. Ele nunca confundiria aquele odor característico de batalhas e morte. Lyrot poderia sentir o cheiro de sangue que o cercava mesmo que estivesse bêbado.

Com medo do que veria, o guardião levantou-se e olhou ao redor. Ele estava no meio de uma praça, provavelmente em uma das pequenas vilas que cercavam a mansão Greer. Tudo ali parecia quieto, exceto pelo som da chuva caindo nos telhados das casas. Não havia luz e mesmo os olhos de um lobisomem tinham dificuldades para enxergar nessas condições.

Mas eles eram bons o suficiente para que Lyrot pudesse ver um corpo caído ali perto. Mais ao lado, o guardião conseguiu divisar mais dois, um deles parecendo ser de uma criança. Lyrot não precisou, nem quis, se aproximar. Ele já sabia o que encontraria. O cheiro de sangue começou a ficar amargo na garganta do guardião e já não era mais possível suportar aquele lugar.

Com raiva da lua, do Conde de Tycon e, principalmente, de si mesmo, Lyrot começou a correr pelo chão ensangüentado da cidade. Aqui e ali encontrava outros corpos jogados ao chão. Alguns em pedaços, outros ainda gemendo de dor. O guardião queria chorar, mas já não possuía lágrimas. A morte havia se tornado tão presente em sua vida que ele havia se acostumado com a idéia.

Mas a cada vez que matava um inocente, Lyrot sentia uma dor que não podia ser descrita em palavras. E essa noite, mais uma vez, ele havia sido responsável por um massacre. O guardião sempre fazia o possível para evitar que isso acontecesse mas, inevitavelmente, as coisas sempre pareciam sair de seu controle.

Alguém iria pagar pelo que acontecera aquela noite, disso Lyrot tinha certeza.