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Boa leitura!

O Império - Capítulo 2 - Reminiscências - 126 D.C


Capítulo 2 : Reminiscências
126 D.C


- Venha cá agora, menino!

Sem dar ouvidos à voz, o garoto continuou correndo, se distanciando cada vez mais da casa.

"Quem ela acha que é? Minha mãe? E, mesmo se fosse, já não sou mais um garoto para ser mandado e desmandado. Já tenho idade suficiente para me cuidar e nem é noite ainda!

Mas parecia que sua tia não entendia isso. Chamava-se Rita e era conhecida por todos como a Viúva, por ficar a maior parte dos dias lamentando a morte de seu marido. No resto do tempo, cuidava (ou melhor, repreendia) do sobrinho. Era isso que o garoto não entendia. Ela não conversava com ninguém, nem mesmo com ele. Não falava sobre o tempo, não reclamava dos impostos e nem invejava o novo vestido da vizinha. Seu relacionamento com o garoto se limitava a "Faça isso" ou "Não vá lá". Apesar de tudo, era ela quem ficava com ele durante a maior parte do tempo, já que seu pai, Reagan, era um soldado do Império, não tinha residência fixa e morava onde o imperador mandava.

E o menino continuava correndo, tentando desviar das pessoas que apinhavam a rua. Um vendedor gritou quando ele esbarrou numa barraca e várias das cestas caíram no chão. Um bêbado entrou no caminho do menino e desabou, obrigando o garoto a pular por cima. Quem olhava via um menino comum. Franzino, moreno, olhos escuros, cerca de um metro e meio, por volta dos doze anos. O típico garoto de cidade grande, que passava seus dias perambulando pelas ruas e procurando algo para passar o tempo.

Finalmente, o garoto parou. No fim da rua, escondida pela sombra das casas ao lado, estava uma menina, esperando por ele. Seu nome era Leona. Após uma olhada nos arredores, os dois se beijaram, separando-se rapidamente.

- Por que demorou tanto? Estava te esperando! - disse a jovem.
- Desculpa! Minha tia não queria que eu saísse de casa....Você sabe como ela é... Tive que fugir!
- Tudo bem. Mas vamos logo!
- Mas, Leona, como vamos entrar no bairro?
- Deixe isso comigo. Apenas me siga.

Se distanciando cada vez mais da multidão, os dois seguiram na rua até chegarem ao portão do bairro dos ricos. Após um rápido aceno de Leona, os portões foram abertos e os dois entraram. Depois de um pequeno trecho, os dois viraram à esquerda e seguiram por alguns minutos até outro portão, por onde saíram da cidade e entraram em uma trilha na floresta.

"Que lugar lindo" - pensou o menino.


E por mais de uma hora os dois ficaram ali, deitados juntinhos, observando o pôr do sol. E para o garoto, era o pôr do sol mais bonito que já vira em toda sua vida. Porque ali estava ela, a bela jovem morena, de cabelos cacheados e olhos verdes que ocupava todos os seus pensamentos.

E porque ele, Tylor, estava feliz.



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