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Noite Sangrenta #30 – Conversa no Porão – 786 d.Q., Tycon


Podiam-se ouvir passos na rua logo acima, juntamente com o bater das asas demoníacas em algum lugar próximo. O pingar de gotas no chão de madeira apenas deixava a atmosfera mais pesada. Já fazia algumas horas que Lyrot e Nassar estavam escondidos naquele porão escuro, e os demônios lá fora não pareciam estar nem perto de desistir da caça.

Os dois haviam lutado até o amanhecer e o cansaço tomava conta de seus corpos, fazendo-os pesar como rochas. Desde que o primeiro cultista caíra morto na noite passada, os habitantes de Lepport começaram a transformar-se em criaturas demoníacas, dotadas de asas, garras e dentes enormes. Por mais que eles continuassem matando os inimigos, sempre apareciam mais deles e, apesar da enorme habilidade dos dois ex-guardiões, ficava cada vez mais certo que aquela batalha não podia ser vencida.

-O que está acontecendo nessa cidade, Nassar? – Lyrot perguntou arfando de cansaço.

-Eu tentei lhe avisar, mas você não me ouviu. A Nevaeh tomou conta de Lepport há meses, não há o que fazer!

-Navaeh? O que é isso?

-É uma organização de cultistas que deseja, sabe-se lá por que, fazer com que o mundo seja dominado por demônios. Desde que os drows começaram a se aproximar ao Sul eles ficaram mais agitados. Para mim, o Príncipe-Demônio Xt’Sarath deve ter algo a ver com aquele Azzwiters. Eu tentei investigar, mas fui pego e aprisionado. Assim que consegui fugir daqui, você me encontrou na hospedaria.

O arqueiro foi interrompido pelo som de algo se movendo no andar de cima. Parecia algo bastante pesado e lento. Pouco depois, Nassar continua, dessa sussurrando:

-Olha aqui, nós provavelmente não sairemos vivos daqui, e se não fosse por mim, você já estaria entregue aos urubus, então nada disso importa.

Lyrot parou para pensar por um instante. Quando os dois trabalhavam juntos, costumava-se dizer que Nassar nunca errava um tiro, e ele nunca testemunhara alguma ocasião em que tal mito fosse desmascarado. Mas mesmo assim seria impossível destruir todos os demônios, por mais que o arqueiro acertasse todas as flechas, havia mais inimigos do que era possível conter com o arco, até mesmo com o auxilio da licantropia. Além disso, cedo ou tarde a munição acabaria, e, se isso ocorresse, os dois não durariam um minuto.

-Nós temos que ir para a base da Navaeh. Você consegue nos levar lá?

Nassar olhou atônito para o colega. Ele só poderia estar louco, invadir a base dos demônios só poderia resultar em morte certa. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, um som o fez parar.

Alguém estava abrindo a porta do porão.

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