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Noite Sangrenta #29 – Um Tiro Certeiro – 786 d.Q., Tycon




A ruela em que Lyrot se encontrava era escura, ainda mais com o céu noturno encoberto por nuvens. Os varais que cruzavam sobre sua cabeça balançavam com o vento. O guerreiro podia sentir o cheiro de enxofre cada vez maior no ar da cidade. Mas havia também humanos ali perto, seu olfato aguçado não se enganaria tão facilmente.

Agora a tensão aumentava cada vez mais. Ele sabia que não tinha para onde fugir, e ficar parado provavelmente também o levaria à morte, ou a algo pior. Lyrot pegou seu machado e se preparou para o inevitável. Ele estava cercado e não levaria muito tempo para que o combate começasse.

O som de algo se movendo nos telhados fez com que o guerreiro se virasse para cima, bem a tempo de ver três seres encapuzados pularem para a ruela. Cercado pelos inimigos, Lyrot imediatamente colocou-se em posição de combate. Era fácil identificar os homens encapuzados como cultistas, por usarem o mesmo tipo de capuz, cobrindo todo o corpo, que aqueles que encontrara antes. Ele já tinha matado grupos maiores que aquele antes sozinho, mas algo naqueles três o mantinha receoso. Uma aura sombria emanava de cada um deles, fazendo com que Lyrot sentisse a maldade pura que alimentava suas almas.

Algo naqueles cultistas fazia com que o guerreiro ficasse sem ações. Não era medo, mas de alguma forma a simples presença deles pareciam impedir Lyrot de se mover. Sem poder fazer nada, Lyrot observava enquanto um deles retirava uma adaga de dentro do seu manto negro. Os outros dois pareciam estar murmurando algumas palavras, das quais apenas algumas o ex-guardião conseguia entender. Ele podia visualizar vultos se movendo rapidamente dentro das casas ou sobre os telhados. Havia demônios por toda a parte, e eles pareciam agitados.

Lyrot agora percebia o quanto tinha se precipitado em ir para aquela cidade sem nem ao menos saber o que o aguardava. E em poucos instantes tudo estaria acabado. Lyrot, O Solitário, em breve se uniria a tantos outros que foram mortos por aquelas criaturas nefastas. Ele não podia deixar que tudo terminasse assim. Não permitiria que mais pessoas morressem nas garras desses demônios, nem que mais corpos fossem violados em rituais sinistros, e, principalmente, resgataria Kate.  E para isso ele tinha que ficar derrotar Xt’Sarath.

A Fúria agora preenchia o corpo de Lyrot. A transformação parecia inevitável. A raiva que o guerreiro sentia de todos aqueles cultistas tomava controle sobre sua mente rapidamente. De alguma forma, isso lentamente devolvia-lhe os movimentos. E os três encapuzados pareciam perceber isso. Sem perder mais tempo, o cultista que portava a adaga aproximou-se do guerreiro, preparado para cravar-lhe a lâmina.

Foi então que, direta e certeira, uma flecha atingiu a cabeça do cultista com força e precisão, fazendo-o parar imediatamente.

E lá estava ele, com a mesma postura orgulhosa de anos antes, segurado o seu potente arco de carvalho apontado em direção aos cultistas. Nassar “Tiro-Certo” Blomberg tinha retornado.

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