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Boa leitura!

Noite Sangrenta #19 – Noite Sangrenta – 775 d.Q., Tycon


Os corpos dos assassinos agora estavam espalhados no chão, com enormes ferimentos deixando a carne à mostra. Havia sangue por toda parte. Lyrot estava no meio da sala, de pé, com as mãos e o rosto tingidos de vermelho. A mobília da casa estava completamente destruída, as penas das almofadas repousavam no chão e algumas das janelas de vidro estavam em cacos.

Mas o pior não era o estado em que seu lar se encontrava no momento, nem o ataque que havia sofrido há pouco. O que preocupava Lyrot era o corpo que agora descansava inerte no canto do cômodo. O corpo que pertencera a sua mulher.

Lyrot olhava para o cenário ao seu redor e imagens de terror e morte vinham à sua mente. A imaginação o lançava cenas cheias de sangue nas quais matava Clara em fúria terrível e incontrolável. A maldição novamente voltava para lhe atormentar. E dessa vez, causando um mal terrível, que o acompanharia por toda vida.

Aquela noite, ele tinha se tornado o assassino. E não havia nada que pudesse mudar essa terrível verdade. Lyrot nem ao menos fazia idéia do que levara aqueles homens à sua casa para matá-lo. Mas assim que ameaçaram Clara, sua visão se turvou e ele perdeu o controle. Quando voltou a si, estava parado no meio da sala e coberto de sangue, em parte do de sua amada, descobrindo aos poucos o que acontecera.

Lyrot não podia deixar de se culpar pelo que acabara de ocorrer. Ele sabia de todos os riscos em que colocava Clara quando a trouxe para morar consigo. Sabia da carga que carregava e mesmo assim deixou que se aproximassem. Agora as conseqüências de um relacionamento que nunca deveria ter acontecido finalmente aparecem, e da pior maneira possível.

Não era a primeira vez que matava uma pessoa inocente enquanto estava na forma lupina, mas nunca antes havia sequer ferido alguém tão próximo. Até aquela noite, Lyrot usava o lobisomem como uma arma. Mas a Fera era incontrolável e assassina, e usá-la era como caminhar em uma floresta na neblina, nunca se sabe para onde está indo. Mas dessa vez, aquilo custara a vida de uma pessoa que amava. E isso provavelmente ocorreria várias vezes mais se continuasse a tentar viver uma vida normal.

Agora Lyrot podia ver, certo como o nascer do sol, que deveria se afastar. A vida que planejava não era compatível com sua maldição. Esse tipo de mistura só poderia levar a um resultado: morte daqueles que o rodeavam. Ele aceitaria a proposta do Conde. Lutar como um guardião lhe parecia solitário demais, mas agora era exatamente isso que procurava. Não seria mais conhecido como Lyrot Blackwing, seu nome passaria a ser Lyrot, O Solitário.

Aquela noite foi decisiva para o guerreiro. A transformação em lobisomem já o havia feito sofrer demais. Não deixaria que algo assim acontecesse novamente. Lyrot lutaria o máximo que conseguisse para que a Fera nunca mais tirasse a vida de algum inocente. Para que nunca mais precisasse olhar para trás e ver um rastro de sangue sob seus pés.

Um comentário:

  1. Ótimo...!
    Peguei a história pela metade, mas aos poucos estou lendo os posts mais antigos...

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