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Boa leitura!

A Queda dos Deuses Antigos #9 – Presos na Gruta – Ano da Queda, Yyrm




Quando Venathia recobrou a consciência, a primeira coisa que sentiu foi uma forte dor na nuca. Com a visão um pouco embaçada devido ao golpe que levara na cabeça, a elfa tentou descobrir aonde se encontrava. O local era um tipo de gruta, tendo como única saída uma passagem escura e ascendente. Conforme se concentrava no ambiente ao seu redor, a caçadora notava que também havia mais três pessoas ali, e que todas, inclusive ela mesma, estavam presas por correntes.

-Tudo bem com você? – Perguntou uma voz feminina vinda de um dos companheiros de prisão.

Venathia sentou-se enquanto tentava encontrar um jeito de soltar as correntes. Havia um buraco para uma chave no cadeado que prendia a corrente a um elo no solo. Sem olhar para a humana que havia lhe feito a pergunta, respondeu:

-Sim, obrigada. O que está acontecendo aqui?

-Pelo visto nós serviremos de sacrifício ao deus maligno deles – Dessa vez quem respondeu foi um homem que estava sentado próximo à jovem que falara antes – Parece que ele os abandonou.

-Não adianta – Disse a humana ao notar que Venathia continuava a analisar o cadeado – Não conseguirá se libertar. E mesmo que conseguisse, como fugiria? Não percebeu o quanto os trolls são poderosos da última vez?

De repente uma lembrança passou pela mente da elfa. A imagem de Loregan sendo atingido pela lança causou uma reação de agitação na jovem, fazendo com que olhasse rapidamente à volta. Seus olhos élficos rapidamente pousaram sobre o último corpo que estava naquela gruta.

-É seu amigo? – Perguntou o homem – Por sorte ainda está vivo, mas não deve continuar assim por muito tempo. Se eu e minha irmã estivéssemos livres, poderíamos ajudar, mas não conseguimos chegar até ele. Mas não importa muito, daqui a pouco todos estaremos mortos de qualquer forma...

De repente algo fez com que os três parassem de falar e ficassem atentos. Um som de rangido tinha se espalhado por toda a gruta. Com o coração saltando pela garganta, Venathia se levanta, escondendo-se atrás de uma estalagmite.

Mas estava tudo bem, pois aquele que chegava pela passagem era Alexandre, o ladrão.

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Boa Leitura!

A Queda dos Deuses Antigos #8 – Batalha na Estrada – Ano da Queda, Yyrm


Já fazia algumas horas que o grupo havia percebido a presença dos inimigos. Não que fosse uma tarefa muito difícil, pois as tentativas de camuflagem dos trolls eram lamentáveis. Havia ao menos quatro deles e, de acordo com os conhecimentos que possuíam sobre tais criaturas, o trio não possuía a menor chance.

Criaturas horrendas e repugnantes, aproximadamente com dobro do tamanho de um ser humano normal, pele encaroçada e esverdeada e nariz enorme, os trolls são muitas vezes encontrados em grupos de caças nos arredores de pequenas estradas e vilas. Apesar de muito fortes e resistentes, esses gigantes não são muito inteligentes.

Loregan e os outros sabiam do perigo que os caçadores representavam e procuravam seguir em frente o mais rápido possível sem levantar suspeitas. Mesmo já tendo visto e ouvido as criaturas há muito tempo, seria suicídio demonstrar isso. Tudo o que podiam fazer era esperar que aparecessem alguns guardas ou que os trolls desistissem.

Mas nem um nem outro aconteceu. Após algumas horas de nervosismo, o primeiro ataque finalmente aconteceu. Uma lança passou a poucos centímetros da cabeça de Venathia, fazendo com que a jovem soltasse um grito. Enquanto os aventureiros preparavam suas armas, um grupo de cinco trolls armados com lanças e machados saiu do meio das árvores que beiravam a estrada.

Ficando de uns de costas para os outros, Venathia, Loregan e Alexandre esperavam pelos inimigos. Se lutando separados eles morreriam, ao menos assim poderiam lutar por suas vidas por alguns instantes a mais. Essa era a primeira batalha do grupo e, ao que tudo indicava também seria a última.

O maior dos trolls, provavelmente o líder, foi o primeiro a investir, brandindo seu machado em direção aos três. Se não fosse o aviso de Alexandre, não teriam sobrevivido ao primeiro golpe. Com sua adaga de ladrão, o humano aproveitou a brecha aberta pelo ataque da criatura e enfiou a pequena lâmina em sua barriga. A felicidade do garoto logo desapareceu, ao perceber que a ferida, já pequena, se fechava em instantes. Loregan lutava simultaneamente contra dois dos trolls, quase o tempo todo defendendo, sem ter tempo para realizar um ataque. Outro deles tentava agarrar a elfa, mas ela era rápida demais e golpeava as mãos do gigante com seu púgio, apesar de os ferimentos sempre se regenerarem. Estava claro que eles não agüentariam muito tempo mais desse jeito quando o último dos trolls arremessou sua lança contra Venathia. Loregan jogou-se na frente da arma, tendo o ombro direito perfurado pela ponta de metal e sendo empurrado para trás pela força do impacto. A elfa, assustada com o golpe, abaixou-se em direção ao amigo, sendo derrubada com um golpe na cabeça.

Agora todas as esperanças estavam perdidas.

Sunflower - Nícolas B./Túlio C.


The butterfly shines in the darkness
It brings the pollen of life
To create the new Homo mindless
Another Adam and his blood wife

Now Sunflower watches the iron cage
Where Skald twines the fate
The ending of the last page
The prophet is too late

Waiting for another day
Wishing for a there's no pay
While the web seeks your way

Our gods are crying
For the wasted years
This land is burning
With the human fears
The plan is sealed
With our last tears


Noite Sangrenta #28 – Em Cada Um – 786 d.Q., Tycon


Já era noite e a chuva parecia ficar cada vez mais forte. O bar do alojamento, apesar disso, estava relativamente cheio. Mais que metade das mesas estava ocupada com pessoas que comiam suas refeições em silêncio. Silêncio demais para uma taverna à noite.

Lyrot observava tudo com atenção da sua mesa. Sentado no canto, com o capuz mantendo o rosto oculto, o guerreiro esperava por algum sinal. A aura de maldade que inundava seus sentidos o deixava apreensivo, o tempo todo à espera de um ataque. Mais algumas horas assim e ele provavelmente sacaria seu machado ao menor sinal de movimento de uma garçonete qualquer. Ele não podia mais esperar, deveria começar agora mesmo, e se a chuva o atrapalharia a investigar lá fora, iniciaria a busca ali mesmo.

Levantando-se lentamente e tentando chamar o mínimo de atenção possível, Lyrot dirigiu-se ao balcão. Por mais que tentasse ser discreto, vários olhares se dirigiam ao ex-guardião, como se tivessem algum interesse nele. Parecia-lhe que todos ali o observavam atentamente. Nem mesmo foi necessário que Lyrot chamasse o taverneiro, já que até mesmo esse parecia atento ao guerreiro.

-O senhor poderia me dar algumas informações? – Perguntou Lyrot em voz baixa.

-Que tipo de informações você procura, andarilho? – Respondeu-lhe o homem, enquanto limpava uma caneca.

Lyrot sabia que muito cuidado era necessário agora. A palavra errada na frase errada poderia fazer o taberneiro ficar calado ou pior.

-Um amigo me disse que eu poderia encontrar filhos do abismo aqui nessa cidade...

O guerreiro interrompeu a frase no meio, algo no rosto do taverneiro tinha lhe causado uma sensação estranha. Uma movimentação súbita e quase que simultânea começou em toda a taverna. Todos ali se mexiam em suas cadeiras como que se preparando para se levantarem.

Agora Lyrot entendia. Toda aquela perversidade que ele sentia cercando-o agora fazia sentido. Ele não precisava mais procurar pelos demônios, pois eles já o haviam encontrado. E Lyrot não estava nem um pouco preparado para isso. Os avisos amedrontados de Nassar agora podiam ser compreendidos. Pois não era da cidade que vinha aquela aura maligna, mas sim de seus habitantes.

Tentando desesperadamente escapar do lugar, Lyrot correu para fora da taverna, sem ao menos olhar para trás. Virou em várias ruas para despistar seus perseguidores, até notar que não estava havia ninguém atrás dele. O guerreiro nem ao menos teve tempo para se perguntar por que o tinham deixado escapar quando percebeu a verdade.

Ele já estava cercado.