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Boa leitura!

Noite Sangrenta #28 – Em Cada Um – 786 d.Q., Tycon


Já era noite e a chuva parecia ficar cada vez mais forte. O bar do alojamento, apesar disso, estava relativamente cheio. Mais que metade das mesas estava ocupada com pessoas que comiam suas refeições em silêncio. Silêncio demais para uma taverna à noite.

Lyrot observava tudo com atenção da sua mesa. Sentado no canto, com o capuz mantendo o rosto oculto, o guerreiro esperava por algum sinal. A aura de maldade que inundava seus sentidos o deixava apreensivo, o tempo todo à espera de um ataque. Mais algumas horas assim e ele provavelmente sacaria seu machado ao menor sinal de movimento de uma garçonete qualquer. Ele não podia mais esperar, deveria começar agora mesmo, e se a chuva o atrapalharia a investigar lá fora, iniciaria a busca ali mesmo.

Levantando-se lentamente e tentando chamar o mínimo de atenção possível, Lyrot dirigiu-se ao balcão. Por mais que tentasse ser discreto, vários olhares se dirigiam ao ex-guardião, como se tivessem algum interesse nele. Parecia-lhe que todos ali o observavam atentamente. Nem mesmo foi necessário que Lyrot chamasse o taverneiro, já que até mesmo esse parecia atento ao guerreiro.

-O senhor poderia me dar algumas informações? – Perguntou Lyrot em voz baixa.

-Que tipo de informações você procura, andarilho? – Respondeu-lhe o homem, enquanto limpava uma caneca.

Lyrot sabia que muito cuidado era necessário agora. A palavra errada na frase errada poderia fazer o taberneiro ficar calado ou pior.

-Um amigo me disse que eu poderia encontrar filhos do abismo aqui nessa cidade...

O guerreiro interrompeu a frase no meio, algo no rosto do taverneiro tinha lhe causado uma sensação estranha. Uma movimentação súbita e quase que simultânea começou em toda a taverna. Todos ali se mexiam em suas cadeiras como que se preparando para se levantarem.

Agora Lyrot entendia. Toda aquela perversidade que ele sentia cercando-o agora fazia sentido. Ele não precisava mais procurar pelos demônios, pois eles já o haviam encontrado. E Lyrot não estava nem um pouco preparado para isso. Os avisos amedrontados de Nassar agora podiam ser compreendidos. Pois não era da cidade que vinha aquela aura maligna, mas sim de seus habitantes.

Tentando desesperadamente escapar do lugar, Lyrot correu para fora da taverna, sem ao menos olhar para trás. Virou em várias ruas para despistar seus perseguidores, até notar que não estava havia ninguém atrás dele. O guerreiro nem ao menos teve tempo para se perguntar por que o tinham deixado escapar quando percebeu a verdade.

Ele já estava cercado.

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