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O Herdeiro#10 – Massacre – 765 d.Q., Zacrest


Azzwiters deveria esperar que os elfos se aproximassem das muralhas da cidadela drow antes de se envolver em batalha. A ilusão que criara de si mesmo ainda estava em meio aos inimigos, e se o vissem ela seria desfeita. Claro que ao perceberem que foram traídos recuariam imediatamente.


O ataque seria claramente um massacre. O número de elfos-negros superava em muito o de atacantes, e ainda devem-se considerar as defesas da cidade. A decisão do líder élfico em organizar tal ataque havia sido uma loucura, e suas tropas sabiam disso. Com moral e números baixos, os elfos estavam fadados à morte.


A chuva de flechas começou assim que o primeiro soldado atacante chegou aos pés da muralha. E foi nesse mesmo instante que Azz pulou pela ameia do muro. Sua espada élfica reluzia refletindo a luz das tochas. Algo na lâmina clamava por batalha. E o Filho-do-Mal queria com toda sua vontade realizar tal desejo. Sua arma seria alimentada com o sangue de seus forjadores e antigos donos.


“Traiçoeira”, pensava Azz, esse seria o nome da espada que carregava. Criada por elfos, voltada contra os elfos. O drow podia sentir o poder que pulsava dentro do metal leve e trabalhado da arma. Um poder que ansiava por matar, provavelmente absorvendo os sentimentos de seu novo portador. E com ela, Azzwiters marcaria seu reino com sangue e guerra.


Durante horas o sangue élfico caiu sobre o solo subterrâneo. E durante horas Azzwiters girou sua Traiçoeira no campo de batalha. O meio-demônio era o terror da batalha, simplesmente cortando tudo o que via pela frente com a mesma facilidade com que se rasga uma folha de pergaminho. Não havia naquele confronto nenhuma força que pudesse ferir tal máquina de matar. Os atacantes caíam aos montes ao se aproximarem de Azz, um atrás do outro. E o guerreiro não parecia se cansar. Pelo contrário, a cada instante de luta suas energias pareciam renovadas.


Quando finalmente apenas um elfo restava, Azz aproximou-se da vítima. Ele sabia que ninguém atiraria no sobrevivente. Os drows tinham medo do Filho-do-Mal, e nenhum deles tiraria um alvo dele.


Mas para a tristeza de Azzwiters, seus planos o impediam disso. Aquele último elfo deveria viver, ao menos o suficiente para contar o restante de sua raça sobre o massacre que ocorrera na cidadela drow.


Com uma velocidade surpreendente, Azz aproximou-se do elfo remanescente e, enquanto ele fugia apavorado, disse-lhe:


-Dessa vez viverá, mas não terá a mesma sorte por muito mais tempo! Aliás, nenhum dos de sua raça...


E ao fazer tal afirmação, ficou um passo mais próximo de torná-la verdadeira.

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