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Noite Sangrenta #21 – Revelação – 786 d.Q., Tycon


O cheiro de morte ainda pairava no ar dentro do Mausoléu de Birk, tanto dos velhos corpos apodrecendo nos sarcófagos quanto dos novos caídos em poças de sangue. A batalha com o lobisomem parecia ter sido intensa e sanguinolenta. E Lyrot agradecia por isso.

No centro da sala de pedra, havia o que se podia chamar de um altar improvisado. Um manto negro e surrado repousava sobre o caixão principal, provavelmente o do próprio Birk. Sobre ele podiam-se ver instrumentos que pareciam saídos do pesadelo de um torturador psicopata. Vasilhas com substâncias pastosas e avermelhadas completavam a cena juntamente com um velho livro aberto no meio.

Lyrot imediatamente foi em direção ao tomo, que possuía uma capa velha de couro que podia muito bem ter sido retirada de um volume de antes da Queda. Suas palavras, apesar de parecerem estranhas e alienígenas à maioria dos seres humanos, eram familiares ao guardião. Seus anos a serviço do Conde requisitaram mais do que apenas músculos para que chegasse vivo até aqui.

Folheando o tomo, Lyrot via figuras de símbolos ritualísticos e ilustrações de criaturas tão assustadoras que seria perigoso até mesmo descrevê-las. Aos poucos, o guardião foi compreendendo o que desejavam os cultistas. Todos aqueles rituais satânicos, a corrupção da floresta, uma horda de mortos-vivos, levavam-no a crer que talvez realmente não pudesse mudar o que viria.

Uma organização muito maior do que aquele pequeno grupo que enfrentava ali estava envolvida no assunto. As reais proporções do problema começavam a tornar-se claras a cada folha do livro que Lyrot virava. Citações de locais profanos, templos amaldiçoados, guerras criadas pelos cultistas. Cada vez mais, parecia-lhe que estava lutando uma batalha perdida.

Mas a lembrança de Kate o mantinha no caminho. Sua irmã seria resgatada, nem que tivesse que desafiar o céu e o inferno no processo. E provavelmente pelo menos o último teria que enfrentar.

Uma das últimas páginas do livro, tão amarelada e velha como as demais, chamou a atenção especialmente do guerreiro. Não que aparentasse ter sido mais manuseada, ou estivesse suja de sangue. A questão era a figura que aparecia no topo da página.

A figura do Príncipe-Demônio mais lendário de que já ouvira falar: Xt’Sarath, O Vermelho.

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