Já era meio da tarde quando Lyrot finalmente se entrou casa-na-árvore. Cansado dos últimos dias, o guerreiro ainda teria muito que fazer antes que pudesse deitar-se em uma cama. O terror que passara recentemente na mansão Greer, no pântano e no Mausoléu de Birk o atormentaria por várias noites tumultuadas. Isso quando ele finalmente pudesse descansar.
E esse momento não chegaria por um bom tempo. Agora que possuía o livro dos cultistas, ele tinha muito que pesquisar. Apesar de conhecer razoavelmente bem a linguagem antiga usada no tomo, Lyrot demoraria algum tempo para que pudesse compreender todo o seu conteúdo. E se quisesse encontrar a sua irmã, deveria fazer isso o mais cedo possível.
As últimas palavras de Bismor ainda ecoavam em sua mente quando o guerreiro colocou os pés no assoalho da casa. Algo grande estava para acontecer, e Lyrot tinha a impressão de que, o que quer que fosse, estava profundamente relacionado com Xt’Sarath. Ainda compenetrado em seus pensamentos, o ex-guardião sentou-se na velha cama sem perceber quem estava no cômodo esperando por ele.
-Vejo que está cansado, Lyrot – A voz parecia vinda das profundezas de um lago frio.
Com um susto, Lyrot se vira, puxando seu recém adquirido machado da cintura. Não demorou muito para que reconhecesse a fada que o ajudara a encontrar o Mausoléu.
-É normal depois de lutar com uma horda de zumbis mais um grupo de cultistas satânicos – A resposta seca de Lyrot fez com que uma cara de reprovação surgisse no rosto da ninfa.
-Que bom que você conseguiu eliminar a ameaça que corrompia a floresta. Mas acho que você já entendeu que o grupo do Mausoléu era apenas um ramo do carvalho. E quando descobrir o que está escrito naquele livro saberá o que fazer.
-Como sabe do livro? Andou mexendo nas minhas coisas?
-Na verdade eu já esperava que você o trouxesse. Digamos que foi “intuição”.
Lyrot não gostava nem um pouco de todo aquele ar misterioso da fada. Depois de ter descoberto que até mesmo um dos Guardiões estava a serviço do Príncipe-Demônio, aquela estranha criatura sobrenatural era uma grande suspeita. Aparentemente lendo seus pensamentos, a ninfa começou a falar:
-Não acredita que eu esteja tentando te ajudar? – O som suave da voz da criatura refrescava a alma de Lyrot como um banho de rio – Talvez ajude se eu te disser que com esse livro você poderá chegar até sua querida Kate...
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