Quando Venathia recobrou a consciência, a primeira coisa que sentiu foi uma forte dor na nuca. Com a visão um pouco embaçada devido ao golpe que levara na cabeça, a elfa tentou descobrir aonde se encontrava. O local era um tipo de gruta, tendo como única saída uma passagem escura e ascendente. Conforme se concentrava no ambiente ao seu redor, a caçadora notava que também havia mais três pessoas ali, e que todas, inclusive ela mesma, estavam presas por correntes.
-Tudo bem com você? – Perguntou uma voz feminina vinda de um dos companheiros de prisão.
Venathia sentou-se enquanto tentava encontrar um jeito de soltar as correntes. Havia um buraco para uma chave no cadeado que prendia a corrente a um elo no solo. Sem olhar para a humana que havia lhe feito a pergunta, respondeu:
-Sim, obrigada. O que está acontecendo aqui?
-Pelo visto nós serviremos de sacrifício ao deus maligno deles – Dessa vez quem respondeu foi um homem que estava sentado próximo à jovem que falara antes – Parece que ele os abandonou.
-Não adianta – Disse a humana ao notar que Venathia continuava a analisar o cadeado – Não conseguirá se libertar. E mesmo que conseguisse, como fugiria? Não percebeu o quanto os trolls são poderosos da última vez?
De repente uma lembrança passou pela mente da elfa. A imagem de Loregan sendo atingido pela lança causou uma reação de agitação na jovem, fazendo com que olhasse rapidamente à volta. Seus olhos élficos rapidamente pousaram sobre o último corpo que estava naquela gruta.
-É seu amigo? – Perguntou o homem – Por sorte ainda está vivo, mas não deve continuar assim por muito tempo. Se eu e minha irmã estivéssemos livres, poderíamos ajudar, mas não conseguimos chegar até ele. Mas não importa muito, daqui a pouco todos estaremos mortos de qualquer forma...
De repente algo fez com que os três parassem de falar e ficassem atentos. Um som de rangido tinha se espalhado por toda a gruta. Com o coração saltando pela garganta, Venathia se levanta, escondendo-se atrás de uma estalagmite.
Mas estava tudo bem, pois aquele que chegava pela passagem era Alexandre, o ladrão.